Storytelling na Ciência: Como Contar a História da Sua Linha de Pesquisa e Cativar o Público

Você já se perguntou por que alguns cientistas conseguem prender o público ao falar sobre sua pesquisa, enquanto outros rapidamente perdem a atenção da plateia? Bom, segundo a Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação – INTERCOM- (2002), todos os bens da humanidade se tornaram bens de consumo, desde bens materiais a bens culturais, sendo assim, estes podem ser comercializados e na área científica não é diferente, a difusão de conhecimento a diversas áreas da sociedade é extremamente necessária para o sucesso da ciência. 

Assim, para atrair a atenção dos receptores e propagar o conhecimento, há a  divulgação científica que se fortalece pela aplicação da união de marketing e comunicação, pois enquanto o marketing cria uma identidade e desperta o interesse do público pretendido, a comunicação fornece o claro posicionamento estratégico em que o trabalho se encontra (VALENÇA, 2015). Desse modo, uma das maneiras de utilizar a divulgação científica ao seu favor é o storytelling, ou seja, uma ferramenta do marketing que envolve a construção de uma narrativa que seja capaz de prender a atenção dos ouvintes ou leitores a ponto de cativá-los e envolvê-los.

 Para fazer isso acontecer, contar a história da sua pesquisa de forma que registre e transmita conhecimento e gere aprendizado no ouvinte que pode ser ou não ser leigo na área em questão, é preciso estratégia. Então foram separadas algumas técnicas já utilizadas pela Protos Biotec Jr.

Formas de aplicar seu storytelling:

Atualmente a maneira como ocorre a entrega do storytelling pode ser diversa como storytelling oral, escrito e digital, e cada uma delas utiliza ferramentas específicas, nem sempre tão eficazes quanto as demais. A seguir, conheça os principais tipos de storytelling e como utilizá-los para comunicar sua linha de pesquisa de forma mais cativante

Storytelling oral: 

Conta com a construção de uma narrativa verbal  sem o acompanhamento de imagem. Assim sendo, para que a oralidade por si só prenda os ouvintes é preciso desenvolver um cenário bem construído, em que haja coesão, ou seja, um ponto leva a outro e cada um deles separadamente deve fazer sentido, então precisa ser coerente. Um  exemplo nada proveitoso do storytelling oral pode ser um professor que discorre longamente sobre um tema novo sem uma narrativa clara, o que pode tornar difícil a retenção da atenção da turma.

A questão é que o ser humano é extremamente visual, ou seja, apenas a mensagem oral desacompanhada, mal estruturada, sem coesão e coerência, não gera conexão, portanto a consequência é o desinteresse.

Nesse caso, o ideal para prender a atenção dos ouvintes seria tornar o conteúdo da mensagem mais próximo a eles, adaptando a linguagem, utilizando recursos que soem familiar, uma entonação adequada, tornar a mensagem atraente para o ouvinte, além de construir um raciocínio claro e fácil de acompanhar ao longo da narrativa, em que um fator leva ao outro e ao final tudo faz sentido.

Assim como a Protos Biotec Jr. que ao realizar uma palestra para trazer conhecimento a respeito da empresa júnior utiliza recursos visuais, criam um contexto que impacte e familiarize os ouvintes e que dessa forma, cria uma narrativa envolvente capaz de transmitir o que foi dito.

Storytelling escrito:

Já  no storytelling escrito é extremamente comum utilizar múltiplos recursos, visto que a possibilidade de distração por parte do leitor tende a ser maior. E sendo a informação, inclusive a de cunho científico, um bem de consumo, é preciso vender a sua ideia e captar o seu diferencial nesse mar de informações. 

É nesse ponto que entra o transporte narrativo, que envolve todos os processos mentais, atenção, emoção e imagens, focados em captar o conteúdo da mensagem, para que ocorra o transporte narrativo, o indivíduo deve estar extremamente conectado à mensagem, aos personagens, cenário, entre outros. Mas, com um mundo tão repleto de propostas, principalmente escritas, como tornar a sua linha de pesquisa um atrativo por escrito? 

Em primeiro lugar, o conteúdo da mensagem deve gerar identificação, por essa razão o ideal seria criar um ambiente e personagens, como o próprio pesquisador, ou o alvo de sua pesquisa, para que aqueles que venham a ler se sintam parte desse mundo, parte da pesquisa, parte da mudança em potencial, pois assim, a atenção não é apenas capturada, mas é criada uma identificação. 

Ademais, recursos visuais são bem vindos, como: infográficos, gráficos, esquemas, trechos de entrevistas, QR codes para vídeos, dado que ilustrações desfazem a monotonia do texto e facilita o entendimento de conceitos mais complexos. 

Com isso,  destaca-se também a simplificação da mensagem, tornando- a acessível ao mais diverso público, além de garantir  um texto bem estruturado e coeso. 

Seguindo as estratégias acima, seu texto pode se tornar uma ferramenta capaz de transmitir uma mensagem necessária, mas também de conectar as mais diversas pessoas que a lêem.

Storytelling digital:

Por fim, não menos importante, o storytelling digital, que se trata da entrega da mensagem através da internet. Para esse último caso, há uma particularidade: vivemos rodeados de textos, videos, inúmeras informações na internet, estudos sobre a economia de atenção leva cerca de 10 a 20 segundos para decidir se irá dedicar-se à leitura do conteúdo em específico, sendo assim, no texto digital a principal dica é  demonstrar a mensagem principal do texto e não focar tanto em detalhes mínimos, extraindo o que há de essencial na linha de pesquisa.

Outra dica é manter-se ativo nas mídias sociais, ou seja, fazer posts frequentes, ou fazer como a Protos Biotec Jr. que para manter-se ativa, faz blogs e postagens em diversas redes sociais sobre as múltiplas facetas não exploradas das áreas que o serviço se situa, assim aprimorando sua prospecção, já que ao ler o blog os leitores passam a se interessar pelos serviços tão complexos e variados que a empresa júnior oferece, mas também servindo de exemplo para você, pesquisador que quer atrair mais atenção para sua linha de pesquisa através do storytelling. Portanto, não tenha medo de contar a história da sua pesquisa, ela pode ser a ponte entre o conhecimento que você gera e o impacto que o mundo precisa.

referências

BIZZOCCHI, Aldo. Marketing científico: o papel do marketing na difusão da ciência. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 25., 2002, Salvador. Anais do XXV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. São Paulo: Intercom, 2002.

TEIXEIRA, Emily. Como o storytelling impacta nas emoções: uma abordagem interdisciplinar entre linguagem, neurociência e psicologia: How storytelling impacts emotions: an interdisciplinary approach between language, neuroscience, and psychology. RCMOS – Revista Científica Multidisciplinar O Saber, Brasil, v. 1, n. 1, p 1-12,  2025.

Valença, Manuel Leite. Comunicação pública de ciência: um guia para cientistas. 2015. Trabalho de Projeto (Mestrado em Comunicação de Ciência) – Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, 2015.