No final de 2019, quando surgiu o vírus SARS-CoV-2, o mundo trilhou uma corrida no que diz respeito à criação de uma vacina que fosse eficaz para o tratamento da doença. Dentro desse aspecto, a bioinformática foi o ponto de partida para que laboratórios do mundo inteiro pudessem formular imunizações em tempo recorde. Mas, o que de tão importante tem um bioinformata para ter tido um papel crucial em um cenário significativo quanto conter a expansão de uma pandemia?
O que faz um bioinformata?
Antes de sabermos qual é o trabalho de um bioinformata, precisamos conhecer o que é a bioinformática. Isto posto, resultando de uma interdisciplinaridade entre biologia e informática, a bioinformática é a utilização de ferramentas computacionais para o estudo de problemas na área biológica, tendo como fins as aplicações na saúde humana. Assim, o que antes era impossível de ser mapeado devido à alta quantidade de elementos, hoje é facilmente organizado em computadores que, além de processar, integra e analisa os dados de maneira a otimizar o tempo da realização de um experimento.
Nesse contexto, uma vez que todas as informações estão contidas em uma plataforma online, cabe ao bioinformata a análise do material e transformá-lo em conhecimento. Dessa maneira, tal profissional deve ter domínio sobre as linguagens de programação e, ainda, sobre as inúmeras correntes dentro das variáveis biológicas para que, quando recorrido, tenha meios o suficiente para saber quais os problemas biológicos em questão e abordar as opções viáveis, tecnologicamente, para as complicações.
Dentre as habilidades exigidas para um bioinformata, há pequenas diferenças que criam núcleos centrais de competência, gerando três categorias de bioinformatas, revisadas no estudo “Bioinformatics curriculum guidelines: toward a definition of core competencies” da Universidade de Ohio (EUA). Entre elas:
- Usuário de bioinformática: é aquele que utiliza ferramentas e técnicas tecnológicas mais atuais. Realiza trabalho de bancada e computacional
- Cientista de bioinformática: alto conhecimento em engenharia de software e, por isso, consegue criar o próprio software para a resposta que precisa. Apenas trabalho computacional. Ainda usa da biologia para responder às questões
- Engenheiro de bioinformática: base sólida em exatas e em programação, estritamente exclusivo na escrita e desenvolvimento de algoritmos
Como é a carreira?
Conhecido qual o papel, o próximo passo é saber como é e como ingressar em uma carreira como um bioinformata. Primeiramente, é necessário que o interessado tenha afinidade não só na área de biologia e ciência da computação, mas também em matemática e outras ciências como física e química, afinal, a rotina do profissional será baseada em uma ampla gama de tarefas onde diversos nichos de conhecimento serão diariamente postos em prática.
Ainda, para a segunda questão, pelo fato de não existir uma graduação específica em bioinformática, é muito comum a profissionalização em programas de mestrado e doutorado, após o bacharelado do aluno em algum curso de exatas ou biológicas. É nesta perspectiva que o Bacharelado em Biotecnologia entra em cena, evitando a necessidade de uma graduação e uma consequente profissionalização, o curso oferece, através da interdisciplinaridade entre o estudo em biologia molecular e celular, bioprocessos e informática, uma base suficiente para quem deseja seguir tal ocupação.
Mercado de trabalho e perspectivas futuras
Analogamente à quantidade de áreas que o bioinformata necessita abranger, a atuação do profissional no mercado também é ampla, indo desde a acadêmica, até laboratorial e hospitalar. Um forte mercado dentro do meio, devido à alta demanda de metodologia da bioinformática, além de um dos mais antigos, são as indústrias farmacêuticas. Porém, para aqueles em que nem o meio acadêmico nem o industrial interessa, também é possível seguir na área através do empreendedorismo, com a criação de empresas com enfoque em analisar determinados tipos de dados, por exemplo.
Dado que o mercado de trabalho para o bioinformata é bem visto, as perspectivas futuras terão como consequência a repercussão ainda mais positiva nesse quesito. Sendo assim, resultado da rápida inovação no âmbito computacional e das inúmeras descobertas e estudos diariamente realizados no meio biológico, da multidisciplinaridade e versatilidade do profissional, da crescente demanda e da grande importância para o avanço na ciência, representam algumas das razões do porque essa profissão é considerada uma das mais importantes do futuro.
Nessa esfera, para o salário de um bioinformata, existem alternâncias entre o tempo de atuação e formação, porém os valores iniciais variam em: R$3.000,00 a R$8.000,00. O salário médio, no entanto, é de R$5.189,00. Ambos os valores foram retirados Glassdoor.
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Referências bibliográficas
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