Qual o impacto das Empresas Juniores na sociedade

Empresa Júnior em funcionamento

Quando surgiu a primeira empresa júnior?

Em 1967, surgiu a primeira Empresa Júnior do mundo, em Paris, na França. A
ESSEC Conseil, fundada pelos estudantes da L’École Supérieure des Sciences
Economiques et Commerciales, veio com o intuito de cobrir a lacuna da experiência com o
mercado que a universidade não proporcionou, de modo que seus alunos sentiam-se
desatualizados em relação às tendências da época e encontraram, nessa iniciativa, uma
forma de suprir essa demanda de maneira autônoma. Tamanho foi o impacto que essa ideia
gerou, que, em pouco tempo, as empresas juniores estavam presentes em outras
universidades da França e em outros países, até que hoje está presente no mundo inteiro e
permanece impactando a realidade dos estudantes que se propõem a participar dessas
entidades e das pessoas e empresas que empregam sua confiança e contratam as
soluções de excelência viabilizadas pelo que, hoje, constitui-se como o Movimento Empresa
Júnior (MEJ).

O que é uma empresa júnior?

Caracteriza-se como uma empresa júnior uma instituição civil sem fins
lucrativos formada por estudantes de nível universitário que têm como objetivo expandir a
experiência acadêmica através de sua inserção em um mercado de produtos e serviços
relacionados ao curso de graduação. Assim, movidas por esse propósito, atualmente,
existem, no Brasil, 1239 empresas juniores que contam com 23 mil membros. A
participação desse movimento propicia uma vivência mercadológica completa, uma vez que
tratam-se de instituições com configuração parecida com a do mercado sênior, de modo
que existem departamentos e funções bem estabelecidas, além de que é necessário aos
seus integrantes lidar com clientes, fluxo monetário, atribuições legais (como a existência de
um CNPJ), realização de parcerias, entre outros aspectos intrínsecos ao ramo empresarial.

Apesar de, à primeira vista, poder parecer que uma instituição completamente
dirigida por estudantes seja desorganizada, essa é uma impressão errônea, pois as
empresas juniores estão inseridas em um contexto capilarizado, no qual existem instâncias
responsáveis pela definição de estratégias e metas, bem como o monitoramento das ações
desempenhadas para o atingimento dos objetivos. São estas instâncias, os núcleos
regionais, as federações estaduais, além de uma representação nacional e uma
organização que reúne todas empresas juniores do mundo denominada Junior Enterprises
Global
. Outro ponto a ser destacado, é que não há competitividade dentro do MEJ, assim, o
propósito comum de gerar impacto na sociedade faz com que todas unidades componentes
desse intrincado sistema se complementem mutuamente, visando a constante melhoria
conjunta.

Impacto das Empresas Juniores no Brasil

Embora não existam fins lucrativos relacionados à essa modalidade de empresas e a
vivência do membro ser considerada de voluntariado, no ano de 2020, o MEJ brasileiro movimentou mais de 32 milhões de reais, sendo que, desse montante, mais de 8 milhões
foram advindos das empresas juniores federadas da FEJESP (Federação de Empresas
Juniores do Estado de São Paulo) em razão dos 3780 projetos realizados pela rede. O valor
adquirido pelas instituições é integralmente revertido em ações que promovam
desenvolvimento pessoal e profissional do membro, tais como cursos, treinamentos e
capacitações, assim, evidencia-se o quão impactante pode ser a experiência advinda da
participação do MEJ.

No entanto, os benefícios não se reservam apenas aos empresários juniores. Em
razão de as empresas juniores serem diretamente relacionadas à instituições de ensino
superior, as soluções fornecidas por tais entidades caracterizam-se por possuírem
excelência e basearem-se inteiramente em pesquisa científica e no respaldo de professores
tutores que se responsabilizam por validar os produtos e serviços oferecidos. Outro ponto a
ser destacado, é que o valor cobrado por empresas juniores é cerca de 75% menor em
relação às empresas seniores executando as mesmas atividades. Assim torna-se possível
que pequenos empresários acessem a excelência promovida pelo MEJ por um custo que,
no mercado sênior, seria inviável. Portanto, o impacto social das empresas juniores é
bidirecional, uma vez que promove a aproximação da produção científica acadêmica à
população, na mesma medida em que transforma a realidade de estudantes os tornando
mais autônomos, explorando sua proatividade, gerando senso de liderança e os
capacitando para o mercado de trabalho.

Autor: Aline Gomes