Aplicações diversas das análises bioinformática: Como testar a estabilidade de cosméticos e produtos de higiene?

O setor de cosméticos é um dos mais dinâmicos do mercado, sendo este movido por inovação constante, exigência dos consumidores e rígidas mudanças regulatórias. Além disso, transformar uma fórmula promissora em um produto viável envolve desafios técnicos significativos. Entre eles, destacam-se os testes de estabilidade e segurança, exigidos por órgãos como a ANVISA e o FDA (em casos de exportação), que podem levar semanas ou até meses para serem concluídos. Mas será que ainda é necessário depender apenas de métodos tradicionais, demorados e de alto custo? Visto esses desafios relacionados à regulação de produtos cosméticos e de higiene, com a bioinformática já é possível acelerar e otimizar várias dessas etapas, garantindo segurança e embasamento científico.

Os desafios

Para que um cosmético ou produto de higiene pessoal chegue ao mercado, ele precisa comprovar diversos fatores, sendo eles: estabilidade físico-química, demonstrando que não sofrerá alterações sob diferentes condições de temperatura, luz ou umidade; segurança toxicológica, incluindo a ausência de efeitos adversos, irritabilidade ou reações alérgicas; e eficácia funcional, ou seja, que o ativo realmente produz o efeito prometido.

Todos esses pontos são regulados por normativas como a RDC nº 48/2013 da ANVISA, que impõe critérios rigorosos para os testes de estabilidade, como o físico-químico e microbiológico, e exigem relatórios técnicos fundamentados e detalhados que comprovem a estabilidade do produto analisado. Isso significa a necessidade de não apenas um investimento alto em estrutura laboratorial, mas também de um ciclo de desenvolvimento mais demorado — que é um obstáculo para empresas que querem inovar com agilidade, como por exemplo em casos para obter a patente de um produto.

As soluções

A bioinformática permite uma abordagem preditiva e estratégica no desenvolvimento de cosméticos, antecipando resultados que só seriam obtidos ao final de longos testes laboratoriais. 

Entre as principais aplicações, destacam-se: o uso de simulações computacionais e modelagem química para realizar uma predição de estabilidade molecular de como ingredientes ativos se comportam frente a diferentes condições ambientais, antecipando reações químicas indesejadas e otimizando a formulação; utilização de técnicas como o docking molecular para prever a forma que um ativo interage com receptores da pele, indicando se o composto realmente terá a ação esperada; através de triagem in silico e utilizando bases de dados como a Tox21, CosIng e PubChem, é possível prever toxicidade, irritabilidade ou potencial alergênico dos compostos, antes mesmo de submetê-los a testes físicos, economizando tempo e reduzindo o número de protótipos; e as análises bioinformáticas podem desenvolver os relatórios técnicos e as documentações exigidas pelas normas nacionais e internacionais com respaldo científico e customizado para cada tipo de produto.

Conclusão

A aplicação de análises bioinformáticas facilita e agiliza o processo de desenvolvimento de cosméticos e produtos de higiene. Portanto, se a sua empresa enfrenta desafios com a realização dos testes e está buscando lançar produtos com mais rapidez, qualidade, segurança e inovação, a Protos é o caminho para transformar essas barreiras regulatórias em diferenciais competitivos no mercado.

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Referências bibliográficas

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